Ontem à noite os quatro principais candidatos a prefeito de João Pessoa este ano estiveram, pela primeira vez, participando de um debate televisivo. O encontro foi realizado pela TV Arapuan, afiliada Band. Entre perguntas e respostas, a indicação de quais caminhos serão percorridos na campanha por Cícero Lucena (Progressistas), Luciano Cartaxo (PT), Marcelo Queiroga (PL) e Ruy Carneiro (Podemos).
O que se viu foi um bombardeio de questionamentos e críticas feitas pelos oposicionistas à gestão municipal. E a tentativa de Cícero, candidato à reeleição, de desqualificar o discurso de seus oponentes. Nada que pudesse ser registrado como fora de um roteiro de início de campanha.
Sobraram críticas e, em alguns momentos, faltaram propostas.
Três temas receberam dos candidatos mais tempo de discussão: transporte público, educação e saúde. E não por acaso. São gargalos de João Pessoa e alvos frequentes de reclamações há muito tempo.
Individualmente, foi possível perceber que a campanha de Cícero evitará um embate mais duro. Vai priorizar os temas de gestão, com a perspectiva de que a cidade teve avanços nos últimos anos. Ao mesmo tempo, Lucena demonstrou que está disposto a desqualificar as críticas de seus adversários. Ora com questões pontuais, ou deixando a entender que o discurso da oposição não se conectaria com a realidade.
Já Luciano Cartaxo não poupou o apontamento sobre falhas de seu sucessor. Questionou, por exemplo, quantas UPAs e creches foram entregues na atual gestão e fez comparações com a época em que administrou a cidade. Prometeu retomar projetos na área de mobilidade, realçando a parceria que terá com o presidente Lula (PT). Em um dos blocos, foi para um embate mais ríspido com o candidato do PL, Marcelo Queiroga, nacionalizando o debate.
Participando pela primeira vez de um debate como candidato, Queiroga buscou falar sobre o tema que mais domina – a saúde pública. Ex-ministro, defendeu o seu legado, mas também abriu espaço para críticas por conta das falhas na vacinação durante a pandemia. No primeiro embate não usou tanto o nome de seu principal padrinho político, o ex-presidente Bolsonaro, como muitos imaginavam.
Na disputa mais uma vez pela prefeitura, Ruy Carneiro manteve uma postura já apresentada durante a pré-campanha. Crítico ferrenho da gestão Cícero, Ruy questionou os resultados da Saúde e da Educação, mas teve que explicar emendas destinadas a algumas entidades filantrópicas do Estado. Do ponto de vista da ‘performance’, ele falou mais diretamente com o telespectador, usando gestos e expressões que, estrategicamente, podem funcionar junto ao eleitor.
O debate de ontem serviu para esquentar o debate, mas a sensação é de que todos os candidatos, em algum momento, optaram por pisar no freio. Afinal, os próximos 45 dias de campanha ainda terão outros tantos embates. O último e decisivo, o da Rede Paraíba de Comunicação, já com data agendada pelas assessorias de campanha.
