Monitoramento da cigarrinha-do-milho tem ajudado os agricultores de Santa Catarina a lidar com o problema (Foto: Esalq/USP)
Na sexta semana de monitoramento, a incidência da cigarrinha-do-milho continua baixa. A média, que era inferior a dois insetos capturados por armadilha, chegou a três nesta semana.
Maria Cristina Canale Rappussi da Silva, pesquisadora da Epagri, lembra que, apesar de muitas lavouras ainda estarem em pré-semeadura, há uma quantidade considerável de lavouras que começaram a semear. Desta forma, a tendência é de que as cigarrinhas que sobreviveram no ambiente durante a entressafra migrem, “e com muita fome”, para as lavouras que foram semeadas agora.
Diante deste cenário, a pesquisadora alerta que é importantíssimo que o produtor adote medidas no início da semeadura. Ele deve conhecer a semente a ser usada, no que tange à tolerância aos enfezamentos. Também é fundamental adotar manejo químico dos insetos, especialmente daqueles que estão migrando para as lavouras.
A infectividade das cigarrinhas coletadas na semana seis não foi muito alta, o que é uma boa notícia. O fitoplasma do enfezamento vermelho não foi detectado, embora se possa considerar que ele está presente no ambiente, já que ela vinha sendo detectado nas semanas anteriores. Nesta semana foi registrada a primeira ocorrência do espiroplasma do enfezamento pálido, no município de Rodeio.
O vírus do rayado fino não foi detectado, enquanto que o vírus do mosaico estriado está presente em quase todas as semanas de análise. Esse vírus é ainda pouco conhecido nesse patossistema, assim como os sintomas que ele causa nas plantas. Desta forma, a Epagri iniciou um trabalho com o mosaico estriado, para entender melhor sua epidemiologia e sua permanência no ambiente.
O ataque de cigarrinhas infectadas com os patógenos dos enfezamentos pode comprometer substancialmente a produção de lavouras de milho. Para acompanhar a situação, foi criado no começo de 2021 o programa Monitora Milho SC. É uma iniciativa do Comitê de Ação contra Cigarrinha-do-milho e Patógenos Associados, composto pela Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária.
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assessora de comunicação da Epagri
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