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Gaeco do MPPB quer que Padre Egídio volte para a prisão; saiba motivo

O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba (MPPB), solicitou o retorno do padre Egídio de Carvalho Neto à prisão. O pedido tramita na 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba e tem relatoria do desembargador Ricardo Vital, mas ainda não foi analisado.

O padre Egídio foi preso preventivamente em novembro do ano passado, na segunda fase da Operação Indignus, acusado de liderar um esquema criminoso que envolve desvio de recursos de instituições religiosas e sociais.

Em abril deste ano, foi transferido para o regime domiciliar, após passar mal e ser internado no hospital.

O pedido de revogação domiciliar, ao qual o jornalista Dennison Vasconcelos da CBN Paraíba teve acesso, foi feito com base em novos depoimentos que indicam o descumprimento das medidas judiciais durante seu período de prisão domiciliar.

A principal motivação para o novo pedido de prisão são os depoimentos de locatários de imóveis supostamente pertencentes ao padre, que relataram terem sido abordados para continuar pagando aluguéis diretamente ao advogado do padre, mesmo após as medidas judiciais de bloqueio dos bens.

Testemunhas, em depoimento ao Gaeco, descreveram como foram pressionadas a efetuar os pagamentos de aluguel a contas indicadas por intermediários do padre, evidenciando uma tentativa de burlar as decisões judiciais que determinavam a constrição dos bens e a suspensão desses repasses financeiros.

O Gaeco argumenta que a liberdade do padre representa um risco à ordem pública e à instrução processual, uma vez que ele teria continuado suas atividades ilícitas mesmo após ser beneficiado com a prisão domiciliar.

Imóveis do Padre Egídio

De acordo com o Gaeco, entre os anos que esteve à frente do Instituto Padre Zé, Egídio acumulou em seu patrimônio mais de 30 imóveis distribuídos em diversos estados e veículos de luxo.

Entre os imóveis envolvidos, citados pelo Gaeco destacam-se três localizados no bairro Treze de Maio, em João Pessoa. Uma moradora, por exemplo, paga R$ 1 mil de aluguel por um dos apartamentos, enquanto um outro imóvel em um bairro de luxo em São Paulo custa de aluguel R$ 6.830. Outro imóvel no mesmo bairro está locado a R$ 7.800.

A rádio CBN teve acesso ao documento que contém os depoimentos desses locatários, reforçando as evidências do descumprimento das medidas judiciais.

A CBN entrou em contato com a defesa do Padre Egídio, mas não obteve retorno.

Caso Padre Zé

De acordo com a investigação conduzida pelo Gaeco do Ministério Público da Paraíba (MPPB), Padre Egídio de Carvalho é suspeito de liderar uma organização criminosa que teria desviado recursos do Hospital Padre Zé, em João Pessoa.

Os valores desviados da entidade filantrópica, segundo o Gaeco após a primeira fase da Operação Indignos, chegam a R$ 140 milhões. O dinheiro teria sido usado para a compra de imóveis de luxo, veículos, presentes e bens para terceiros, além de reformas de imóveis e aquisições de itens considerados luxuosos, como obras de arte, eletrodomésticos e vinhos.

Além do padre, as ex-diretoras do Hospital Padre Zé, Jannyne Dantas Miranda e Silva e Amanda Duarte da Silva Dantas (ex-tesoureira), são investigadas por suspeita de envolvimento em esquema de desvio de recursos e fraudes na gestão do hospital, em João Pessoa.